O homem romântico



O mundo precisa de mais homens que chorem, mais homens que se emocionem e que saibam expressar seus sentimentos sem receio dos rótulos que receberão, dos julgamentos que certamente sofrerão e das impressões erradas que causarão. 

Essa nova geração de homens vem se perdendo na supervalorização do material - bem, isso é meio que geral em nossa sociedade moderna - e no culto a coisas supérfluas, assim se afastam cada vez mais do poeta, do escritor e do amante. Creio que hoje ainda estamos em posição confortável, nós, homens contemporâneos, somos mais amorosos, pacientes e amigos de nossas parceiras. 

Li outro dia que "o mundo não precisa de mais homens fodões, apenas de homens". Esta constatação vem corroborar com minha humilde opinião de que: Quando o homem se aproxima mais de seu eu romântico ele não se torna fraco, muito pelo contrário, ele se torne capaz de perceber melhor o mundo a sua volta. 

Mais próximo de seu eu mais romântico o homem se torne um amante melhor, mais quente, um amigo melhor, mais fiel, um pai e filho melhores. Aquele homem que recorda das datas, pois elas também são importantes para ele. O homem que se não manda flores, providencia outra forma de se sentir desejado, de saber que sua amada o aguarda para um próximo encontro. 

Ser capaz de se colocar no lugar do outro, ser empático, coisa que pode transformar sua forma de enxergar o mundo e as pessoas é uma característica desse modelo sem molde chamado de "eu poético". Tão sentimental! 

Acreditar que isso te torna mais fraco é ingenuidade demais, quase burrice. O homem deve saber ser firme quando preciso, mas se curvar a brisa quando necessário. Deve ser protetor quando exigido e protegido quando conveniente for. Esse homem deve ser pudico - tenho apreço por essa palavra, mas é o mesmo que recatado - quando a situação solicitar e devasso depois de dar ao menos uma volta na chave da porta do quarto. 

Esse mesmo homem pode transitar entre suas várias versões, por assim dizer, adquirindo uma personalidade multifacetada pautada numa regra fundamental: ser aquilo que deseja ser quando a circunstância ditar. Pode ser tudo aquilo que sua amada deseja e ainda assim ser apenas ele. 

Nós homens sim, podemos oscilar bem entre a dureza de uma cara sisuda e concentrada e a malícia de um olhar que chega transmitir desejo tão claramente como se falasse. E se beirar ao piegas, paciência! Quem mais goza as alegrias da vida anda cada vez mais à beira do abismo. 

Exercitar na vida real o eu poético pode ser uma experiência única e de descobertas animadoras, até excitantes. Dar vazão aos sentimentos reprimidos por receios e preconceitos pode se mostrar uma atitude libertadora e libertária. 

Portanto, não me venho com essa de que "ou é isso ou é aquilo", não se prenda a um padrão. Quem melhor se adapta a situação tem mais possibilidades de encaixe.

Valmir Soares Jr

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Faça amor, nu!

Mulher de verdade

Pobre, pois só tem dinheiro